No post passado comecei a falar um pouco do
Mission District e hoje vou falar dele e do The Castro, roteiro que fiz durante
a semana sobre o charmoso bairro dos grafites e o bairro politicamente
engajado.
Minha impressão sobre ir acompanhada até mudou um
pouco, pois durante a semana o bairro é mais movimentado e até mais tranquilo
para se usar máquina fotográfica, mas, por precaução, só tirava a máquina para
fotografar o que realmente eu achava bacana. O roteiro que fiz foi de caminhada,
eu sempre prefiro, pois acho que conhecemos e respiramos melhor o clima do
lugar.
Como fiz da
outra vez, sai pela estação de
BART 24th street/mission e de lá fui fazendo o trajeto pela 24th street, Balmy
Alley, Garfield Square,St. Peter’s Church, Mission Dolores Park, Basilica
Parish of Mission Dolores, Gayest Corner in the world, Harvey Milk Plaza e Castro
Theatre. Ufa!! Até cansei... Mas olhar a arquitetura,
passar por uma quase “25 de março” , poder sentar no parque e ver a cidade de
cima e chegar na Castro, vale toda a caminha (ver o mapa).
O que é bacana no bairro do Mission District são
os murais que encontramos pintados pelo caminho, as bandeiras de plásticos com
símbolos mexicanos, as lojinhas com artigos latinos, os restaurantes
baratinhos, as cores das casas que ali ou acolá são em tons mais fortes, e
muita festa com bandeiras e camisas não só Mexicana como também brasileira,
afinal aqui o clima é de copa.
Saindo do Balmy Alley, fui para o Garfield
Square, um parque que possui campos de futebol e que minha visita foi apenas
para ver o mural de Diego Rivera pintado em 1937, com temas maias e astecas. De
lá visitei a igreja de St. Peter’s que é conhecida por retratar deuses astecas
no muro lateral, de quebra ainda entrei na igreja, mas estava tendo missa
restrita em espanhol, então só consegui bater foto pela nave lateral.
Saindo de lá fui visitar o Mission Dolores
Park, pena que eles estavam em reforma e apenas uma área estava aberta ao
público, mas nada impediu de conseguir sentar no gramado para apreciar a vista
para a cidade. No caminho para o The Castro, ainda passei pela Basílica Parish
of Mission Dolores, que possui um vitral dedicado a São Francisco de Assis mas
eu não entrei.
O The Castro não precisa de delimitação
territorial muito explicita, basta você olhar para as casas e ver nas janelas a
bandeira LGBT e entenderá que ali é o bairro mais ativista pelo orgulho gay de
San Francisco. Ele continua sendo um bairro com pinturas, mas sua maior
identificação serão as bandeiras espalhadas em cada casa, cada esquina e em
cada estabelecimento comercial.
Seguindo o roteiro, passei pela Gayest Corner in
the World, principal esquina gay do mundo, que está relacionada a complicada
história do bairro que na década de 1970 teve a maior população LGBT e que
resistiu a todo o movimento contra o orgulho gay e abriu estabelecimentos
declaradamente gays. O que nos leva a outro ponto histórico no bairro, o Harvey
Milk Plaza, praça que homenageia o primeiro político assumidamente gay dos EUA,
e foi ponto inicial de várias manifestações pela causa gay, retratadas
inclusive no filme MILK (quem não viu, não sabe o que tá perdendo).
Saindo de lá fui ao Teatro Castro, com sua
construção no estilo Art Déco, de 1922 projetado pelo arquiteto Timothy
Pfleuger. Não puder entrar, pois o cinema ainda funciona normalmente e dizem
que é uma das salas antigas mais bem preservadas, mas infelizmente estava
fechado.A rua Castro também é cheia de bares e restaurantes, além de lojinhas
com suvenir e sex shops.
Para resumir o roteiro, no Mission District você
pode encontrar de lojas com produtos latinos, casas vitorianas, murais coloridos
até chegar no The Castro, com seu bairro agitado, cheio de bandeiras LGBT por
todos os lados, politicamente engajado com o ativismo gay e seu grande valor
histórico e político atribuído a Harvey Milk.
Foto: Mayra Martyres e Steven Alexander
Você está ficando mais nativa que os moradores de São Francisco!! Aposto que conhece a historia e os lugares mais que eles!! Eu assisti o filme Milk, e adorei!! Lendo seu post, me lembrei da historia toda! Muito legal!!!
ResponderExcluirO que eu posso te afirmar é que nenhuma foto ou vídeo consegue descrever essa vivência de caminhar na cidade e respirar os bairros....adorei caminhar por lá.
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